segunda-feira, 20 de maio de 2013

E o anjo da morte nos rondou...

Sumi... Ainda estou sem computador em casa. Não totalmente, mas tem um aqui que funciona à manivela, que nem dá vontade de ligar. Tenho celular com acesso à internet, mas não é a mesma coisa que acessar internet através de um pc.
Ultimamente, tenho vivido momentos muito difíceis: primeiro teve o episódio dos dedos cortados, que vai me render uma cirurgia. Na semana seguinte, a internação do Lorenzo, por broncopneumonia. E sábado, passei por um dos piores momentos de minha vida e que eu espero que nenhuma mamãe aqui passe por isso. E só de lembrar, não importa onde eu esteja, já entro em desespero e começo a chorar...
O Lorenzo foi diagnosticado com com rinite alérgica e a pediatra dele receitou dois anti-alérgicos e o uso do Salsep nas narinas. O Salsep eu já utilizava nele desde que ele tinha dois meses, indicado pela pediatra dele. 
Por volta das 19:00hs, meu marido disse que o Lorenzo não estava respirando direito. Demos um dos remédios da alergia e apliquei o Salsep nas narinas para limpar, já que o narizinho dele estava chiando. Consegui limpar e o chiadinho continuava. Demos a segunda medicação e meu marido foi até o quarto para preparar a inalação. E eu apliquei o Salsep mais uma vez, em uma narina e depois na outra. E foi aí que tudo começou.
Quando terminei a aplicação, o Lorenzo deu uma espécie de gemido e jogou o corpo para trás e ficou duro. Gritei, dizendo ao meu marido que o Lorenzo estava convulsionando. Na realidade, ele não estava convulsionando e na hora eu percebi isso, pois após aplicar o Salsep, ele ficou com a boca e o rostinho roxo. Começou a virar os olhinhos e eu tentando lembrar sobre o que fazer quando uma pesssoa convulsiona. E ele não voltava e o rostinho continuava roxo... Assoprei o rostinho dele e nada da cor ou respiração voltar. Falei pro marido para ligar para o 193, mas ele não conseguiu, de tanto nervosismo.
Fui para o quintal, gritei pela minha cunhada, mas ela não estava em casa. Meu marido tirou o carro, largou o portão aberto e fomos embora pro hospital. Eu sacudia o Lorenzo, soprava o rosto dele e não havia reação. Lembrei então de um artigo que tinha lido no Baby Center sobre sufocamento. E então fiz respiração boca a boca nele e dois movimentos de massagem cardíaca. E ele deu um gemidinho. Falei para meu marido para parar o carro na Guarda Civil e pedir ajuda. 
Mais uma vez, fiz a respiração boca a boca e neste momento, meu filho chorou. Descemos do carro e corri para os GCM'S. Prontamente, eles se ofereceram para nos levar para o Hospital Padre Bento ou para o Hospital Municipal da Criança. Como estávamos de carro, fomos para a emergência da Seisa.
Chegando lá, fui para a sala dos médicos, sem ficha preenchida. E a médica que estava atendendo estava abraçando outro médico. Eu, toda simplória, disse:
-Gente, vocês me dão licença. Desculpe interromper, mas meu filho não está respirando direito!
E a vaca da médica perguntou, toda grossa: "Cadê a ficha dele?" E eu disse que não tinha, que meu marido estava fazendo. E a bruaca me disse para voltar pra recepção e preencher a ficha. E ainda teve a pachorra de olhar para o médico e dizer ironicamente "Não te falei que isso tá uma coisa hoje?".
Voltei para a recepção e a moça perguntou se a doutora já tinha atendido. Eu respondi que ela estava agarrando outro médico e praticamente me expulsou da sala dela.
Já com a ficha pronta, a bruaca atendeu, examinou e disse que ele não tinha nada. Mandou verificar a saturação, que estava normal e receitou duas inalações e raio x. Depois de tudo pronto, voltamos para a sala da fulana e ela examinou o Lorenzo e disse que ele estava bem. E que era normal aquilo acontecer, que era reação do Salsep...
Voltamos para casa, praticamente não dormi e pela primeira vez tive medo de amamentar meu filho. Só amamentei-o por volta da meia-noite e aí percebi que ele estava bem.
Tive muito medo, mas muito mesmo de perder meu filho. Senti medo de vê-lo morto em meus braços, com aquela expressão de terror nos olhos, como quem pede ajuda... Não desejo isso para ninguém e agora fico imaginando como se sentiram aquelas mãezinhas que perderam seus bebês.
Estou ficando paranóica depois disso: qualquer suspiro ou barulhinho que ele faz, meu coração acelera, o estômago embrulha e dá vontade de correr para o hospital.
Mas tenho Deus em minha vida e peço sempre a Sua proteção. Tenho certeza que foi Ele quem me deu forças e me fez lembrar da respiração boca a boca.
Que Deus proteja não só o meu Lorenzo, mas os filhinhos e as mamães também!

2 comentários:

  1. Laine, quase morri agora, mas ainda bem que o nosso Deus é maior, que Ele sempre abençoe vc, o Lorenzo e sua familia!

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  2. Olá! Estou seper assustada, estava pesquisando no google se o dalsep da alguma reação e achei seu post...a reação era ao dalsep mesmo ou outro médico falou algo diferente? Pq essa reacao? Será que não é seguro o uso?

    Obrigada!!

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