quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O início da nossa história - longo

Vim aqui pra relatar como foi a minha luta para conseguir engravidar. Escrevo minha história porque sei que tem muitas mulheres que tem o sonho de ser mãe e desistem porque não conseguem engravidar, ou porque elas tem algum problema ou porque é o parceiro que tem ou ainda, ambos tem algum problema. No nosso caso, os dois tinham.
Com vocês, o relato da minha saga:

Meu marido e eu nos casamos em outubro de 2008. Planejávamos nosso primeiro filho para quando completássemos um ano de casados. Como não tínhamos plano de saúde, o marido queria contratar um, pois tinha medo de que o filho nascesse em um hospital público e acontecesse o mesmo que aconteceu com uma prima minha (quase morreu e quase perdeu a bebê, pois forçaram o parto normal; a pressão arterial dela começou a cair, ela desmaiou na mesa de parto e fizeram uma cesárea às pressas).
Fizemos então o plano de saúde e tivemos que esperar o prazo da carência, que era de 10 meses. Enquanto isso, passei em uma consulta com o gineco, que constatou após alguns exames que eu tinha ovários micropolicísticos. E lá fui eu para o 'tratamento' de três meses com o anticoncepcional. Passado esse tempo, voltei e, após repetir os exames, os danadinhos dos cistos não sumiram e fui para mais três meses com o anticoncepcional. E nada dos cistos sumirem...
Por causa de alguns problemas com o hospital que nos atendia, o QM (querido marido) trocou o plano de saúde, desta vez para um plano melhor. E enquanto isso, espera mais uma vez o período de carência para parto, que terminava em janeiro/2012. Marquei consulta com outro gineco e exame vai, exame vem, os cistos permaneciam lá, firmes e fortes. Mesmo o médico sabendo que eu queria engravidar, dizia que eu era nova (29 anos), que um dia aconteceria, para não ter ansiedade e mais uma vez, partimos para o tratamento de três meses com o anticoncepcional...
Enquanto aguardava esse período todo, muitas colegas minhas engravidaram. E para cada uma que engravidava, eu chorava rios de lágrimas... Eu sabia que uma delas queria engravidar e até tinha falado pro meu marido que ela engravidaria primeiro que eu. E ela engravidou e anunciou para as 'nossas crianças' da igreja, que começaram a comemorar e correram para abraçá-la. E eu, com uma inveja boa (isso existe? rs), nem consegui parabenizá-la...
Na última consulta com o doutor, eu já tinha terminado a última cartela do anticoncepcional (isso foi em setembro de 2011), levei os exames que ele pediu e os cistos continuavam lá. Conversei com ele e ele naquele papo de que eu era nova, de que não precisava ficar ansiosa, etc. Quando saí do consultório, só tinha vontade de chorar. Fiquei pensando, enquanto ia de volta pra casa: "Não é justo. Tanta mulher  tudo o que eu queria engravidando e abandonando seus filhos e eu que quero um bebê não consigo engravidar..."
Lembro que, um dia eu estava na auto-escola esperando para ser atendida e, uma mulher estava com uma bebê linda no colo. A pequerrucha gorducha, branquinha, loirinha e de olhos claros viu minhas chaves e quis brincar. A mãe deixou e, enquanto ela conversava com as recepcionistas da auto-escola, disse que estava dando a menina, que nem a vó da criança a queria. Meu coração pulou, fiquei super eufórica. Cheguei em casa, conversei com o marido, que conversou com o irmão advogado e o orientou como deveriam ser as coisas. Durante dias, desejei muito encontrar a mãe da criança, mas não consegui. Encontrei-a no dia da prova de volante, mas acompanhada do marido. Aí, nem tive coragem de me aproximar e perguntar se ela queria mesmo dar ou não a criança...
Voltando ao tratamento: enquanto eu esperava para ver se tinha algum resultado sem o anticoncepcional, o QM fez um espermograma que acusou que os 'girininhos' eram lentos demais e tinham algumas deformidades, o que reduzia muito as chances.
Quando pegamos o resultado do espermograma, eu vivia chorando: dia e noite, enquanto meu marido dormia, quando ficava sozinha em casa, quando tomava banho... O chuveiro foi meu melhor amigo durante uma semana.
Eu orava, pedia à Deus para me mandar um bebê, praticamente não me concentrava na hora H (só pensava: vem bebê, vem bebê, tô te esperando) e um dia, após ver minha tristeza, meu marido conversou comigo e eu, aos prantos (e quase chorando agora), disse que tinha medo de não ter um filho, de não dar um filho para ele. Ele me chamou no quarto, nos ajoelhamos e oramos.
Eu já tinha desistido e um dia, falei para meu marido: "não quero saber mais, se não vier até o final do ano, a gente entra pra fila de adoção. Enquanto isso, vou fazer um regime e ano que vem, vou fazer uma pós ou um curso de idiomas".
Mas. como sou bicho ruim, eu pesquisava na internet sobre medicamentos para induzir a ovulação, já que quem tem SOP (síndrome dos ovários policísticos) tem uma certa dificuldade para engravidar. Mas também soube dos riscos que os medicamentos traziam e interrompi a busca desenfreada pela auto medicação.
No fim do mês de outubro, passei em uma consulta com um ortopedista devido a um problema que eu tenho na coluna e ele solicitou um raio x. Perguntei pra ele se não tinha problema em fazer o exame em caso de gravidez. Ele perguntou se eu estava grávida e eu disse que não. Ele falou que não teria problema, que a esposa dele havia feito uma abreugrafia quando estava grávida e não aconteceu nada com a criança. 
Decidi fazer então o raio x e, no dia marcado eu teria que estar com estômago e intestinos vazios e como eu não sabia disso, me fartei no café da manhã. Em outro dia, passei por uma clínica, assim por acaso e entrei para pedir informções. A recepcionista disse que faziam o exame, mas eu não fiz porque havia esquecido a guia fornecida pelo médico. 
Em uma bela segunda-feira, senti que minha coluna iria 'travar' e fui para o hospital. Fui medicada com uma injeção de Profenid. Na quarta à noite, minha coluna 'travou' e fui na quinta-feira. Antes de ser medicada, o médico perguntou se eu estava grávida. Respondi que não, que estava esperando a regra chegar. Fui medicada com dois remédios na veia e soro, o famoso Profenid e o Tramal.
Marquei consulta com um outro gineco e fiquei aguardando o dia da consulta. Aí, no começo de novembro de 2011, comecei a me sentir muito cansada e acordava durante a madrugada com fome, coisa que eu não sentia antes. Senti também uma espécie de cólica (que eu não tinha). Meus mamilos estavam extremamente sensíveis e bem grandinhos e quando eu os ensaboava, doíam muito! Comecei a desconfiar, mas não queria me decepcionar. Fui conversar com uma amiga da igreja e perguntei como ficavam os mamilos de uma grávida e a resposta dela foi que era como eu sentia! E ela ainda disse: "Você está grávida!". Ela então me falou que iria me perguntar se eu estava grávida, porque eu estava com "uns peitões" (eu já sou 'peituda').
E eu estava na expectativa, com uma certeza quase certa de que eu estava grávida, mas ainda assim, esperando a monstra chegar... Todos os dias, quando chegava do trabalho, eu me acabava de chorar, alisava a barriga e conversava com o bebê que eu nem sabia se estava lá. E eu não queria fazer o teste de gravidez para não me decepcionar mais uma vez, pois já havia feito outros que deram negativo.
Certa noite, pedi em orações para que Deus me mostrasse em sonho uma resposta, mas eu só queria um sim ou não, ou então que Ele mandasse uma pessoa para me falar algo. Adormeci e no dia seguinte, antes de acordar, sonhei que colocava e mão na barriga e falava para meus pais e meus irmãos que eu estava grávida e que era um menino! Mais tarde, uma conhecida da minha mãe colocou a mão na minha barriga e perguntou se eu já estava esperando. Essas duas respostas serviram para confirmar minha desconfiança. Mas ainda faltava a menstruação que ainda não tinha vindo. E pra completar, um domingo de manhã, liguei a tv e estava passando no SBT Desenhos Bíblicos. E o desenho que passava naquele momento era de Samuel, um filho da promessa! Chorei enquanto assistia, quase compreendendo que aquele era uma resposta de Deus para mim!!!
Com 10 dias de atraso, fui a uma farmácia e de lá liguei para o QM. Disse pra ele que estava na farmácia e que iria comprar o teste. Ele disse para eu esperar, que eu poderia me decepcionar mais uma vez, mas eu disse que não aguentaria mais esperar. Comprei o teste e assim que coloquei a fita na urina, as duas linhas surgiram sem ter que esperar os cinco minutos! E eu não sabia se chorava, se agradecia a Deus, se ligava para meu marido...
Perdi a consulta, que era 26/11 com o médico, pois a clínica havia mudado de endereço e o endereço que eu tinha era antigo. Quando cheguei ao consultório do médico (super chique!), ele não poderia me atender, pois iria realizar três partos. Consegui remarcar para o dia 02/12/11. No dia da consulta, fiquei até pasma com o médico: um quarentão super simpático e atencioso. Me fez um monte de perguntas e pediu um monte de exames, incluindo o Beta HCG. Quando peguei os exames, o resultado que eu já sabia: meu positivo estava lá!
Guardamos segredo da família até dezembro e anunciamos a gravidez para as nossas famílias na véspera de Natal!!!
Com quase 3 meses de gravidez, tive um sangramento e quando fizeram a ultrassonografia, deu como resultado descolamento embrionário, mas meu amendoinzinho estava bem. Quando saí da sala de ultrassom, chorei muito. Fiquei em repouso por uma semana, tomei os medicamentos e segui as recomendações médicas.
Fui a todas as consultas do pré-natal, com um ginecologista e obstetra MARAVILHOSO (meninas de Guarulhos e região, se quiserem, indico o Dr. T)! E em 16 de julho de 2012 meu filho veio ao mundo pelas mãos do Dr. e pela graça de Deus. E hoje, ele está aqui comigo, lindo, forte e saudável!!!
 
 
Deixo minha história aqui e peço para não desistirem. Sei que é difícil, mas tente segurar a ansiedade e ore ao Deus do impossível! Se sua benção não vier desta vez, ela ainda chegará!